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quinta-feira, dezembro 29

DEPRESSÃO



Veja tudo que se pode fazer com DEPRESSÃO:

Dê pressão no seu marido,
e saia pra jantar fora.

Dê pressão nos seus amigos,
pra jogar conversa fora.

Dê pressão no seu analista,
e jogue os remédios fora.

Se você é como eu,
que já passei dos 50,

DÊ PRESSÃO NA SUA VIDA, E NÃO FIQUE MAIS DE FORA!!!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.




















quarta-feira, dezembro 28

O RAP DA CINQUENTONA





 
 
Tô criando aqui um rap,
O Rap da Cinquentona.
Se você tá nessa idade,
Pega logo essa carona.
Porque o trem já vai “passá”,
Só não vem quem é furona!
 
Não precisa muita coisa,
Venha do jeito que der.
A viagem não é longa,
E só vai “entrá” mulher.
Nesse trem da cinquentona,
 Homem não mete a colher.

Cada vagão tem um nome,
Só tem nome de madame.
Tem Maria, tem Rozane,
Tem Cecília, tem Nizani,
Tem Deborah, tem Larisa.
O meu, já dou uma pista,
Tem livro, jornal e revista,
TV, DVD, e “Internê”.

E não digam que é isso é luxo,
Pois sem isso, até me puxo,
Mas fico meio perdida.
Gosto de coisa moderna
Que me economiza as “perna”.

Eu já não vou mais a banco,
Compro tudo pela tela.
Converso com amigos, escrevo,
Me informo e até me divirto.
Tudo sem sair da cadeira.
É sério, sem brincadeira!!!

E sempre tem bolachinha
Fruta, iogurte e café.
Se você experimentar,
Vai saber como é que é.
Nesse vagão especial,
 Tem perfume, creme, batom,
 Esmalte, algodão, acetona,
 Coisas indispensáveis
 Pra qualquer cinquentona.

 Quem pegar esse lugar,
Terá tudo o que precisa,
 Mas se faltar qualquer coisa,
 Por favor, me avisa!
 Amizade, amor e folia,
 Palhaçada, graça e piada,
 Isso também há de ter,
 Garanto não faltar nada!
 A viagem vai ser boa,
 Impossível de esquecer.

Falta vagão de alguns “nome”.
 Dilana, Mari e Luciane.
 Mas sua hora vai “chegá”,
 Mais dia, menos dia,
 A sorte lhe sorrirá.
 Você dorme quarentona,
 Cinquentona vai “acordá”,
 Porque no trem dessa vida,
 Todo mundo tem seu “lugá”.

Desculpa, aí, “qualqué” coisa,
Que eu te falei sem “pensá”,
Mas nada disso é mentira!
Pois se eu já passei do 50,
Você também vai “passá”.


Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

A irmã da minha mãe




A irmã da minha mãe é uma pessoa muito especial pra mim.
Muito provavelmente ela nem saiba o quanto.
Pelo menos, até hoje, porque agora ela vai saber.
Quando eu ainda era uma pirralha, ela já era uma moça linda, bonita mesmo, sem exageros.
Achava ela parecida com a Regina Duarte na novela Véu de Noiva. E eu sou fãzona da Regina Duarte até hoje! E amo o Francisco Cuoco também! Adorei rever essa dupla em “O Astro”.Só faltou tocar Rock and Roll Lullaby.
Minha tia sempre se vestia bem, e eu tentava imitá-la. Como era costume, na época, as roupas que deixavam de servir nela, aquelas que ainda “estavam boas”, como dizia minha avó, algum tempo depois vinham direto pra mim. E eu passava a usá-las com o maior orgulho, como se algumas peças de pano tivessem o poder mágico de me deixar parecida com ela.
Nossa, eu ficava me achando o máximo!!!
Claro que a moda já havia mudado um pouquinho, mas isso não tinha nenhuma importância pra mim. Eu gostava até do cheiro daquelas roupas. Era o cheiro da “Casa da Vó”, que sempre foi o meu Paraíso na Terra.
Minha tia era uma guria alegre, festeira, dona de um sorriso luminoso.
Fazia ginástica olímpica, e foi até baliza da banda da Escola.
Aposto que havia mil garotos a fim dela!
Uma vez ela namorou um cara muito lindo, parecido com aquele modelo famoso da década de 70, o Pedrinho Aguinaga, você lembra?
É ... talvez não lembre, se você não é como eu, que já passei dos 50.
Mas vai daí que, num belo dia, ela terminou com ele. E eu chorei durante uma semana!
Verdade!!! Como é que ela fez isso comigo??? Eu gostava tanto dele!!!
Minha melhor amiga, a Carol, me chamou de “ridícula” (não sei se foi esse o termo que ela usou na época, mas é o que as adolescentes usam hoje em situações do tipo).
Passado algum tempo, minha tia se formou em Odonto, e eu fui trabalhar como assistente dela, toda feliz.
Nossa, foi muito engraçado, pois a família toda correu para arrumar os dentes. Dinheiro que é bom, nada! Mas aquele coração gigante dela nunca deixou de atender alguém com dor por causa disso, muito menos de embelezar muitos sorrisos... aliás, alguns lhe retribuíram o tratamento dentário com um belo “sorriso novo” (confesso, aí, um certo exagero, mas foi válido para compor um texto legal; na verdade, alguns até pagaram!!!).
Minha tia tem inúmeras qualidades. Deve ter defeitos, também, mas eu não sei, e nem quero saber deles.
 dentre tudo de bom que ela já fez na vida, quero destacar um mérito em especial, que foi o cuidado que ela teve com a mãe dela até o final.
Para mim, que amava muito a minha a avó, essa atitude amorosa e generosa a diferencia de todos, e a qualifica, pois se trata de tarefa que exige tempo, paciência, renúncia, e muita dedicação.
E isso não é pra qualquer um!
Querida Ester, se tu ainda não sabias, agora vais saber.
Torno público o amor e a admiração que tenho por ti, e, pelo menos para mim, tu continuas linda como a Regina Duarte!!!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

terça-feira, dezembro 27

Filho adolescente







“- Filho adolescente é um terror!”
Discordo dessa afirmação, e vou explicar o porquê.
O exemplar da espécie que tenho aqui em casa é o meu caçula. Ele tem 15 anos (na verdade, tem 14, mas ele sempre arredonda para mais).
 Meu filho é meu companheiro, meu melhor amigo.
Nós temos gostos muito parecidos: adoramos pipoca, com ou sem filmes acompanhando. Ficamos acordados até muito tarde, cada um no seu computador, um cutucando o outro no Face.
Adoramos nos dar abraços! Muitos, e a qualquer hora, e sem qualquer razão específica. Não esperamos um evento importante para dá-los.
Como eu, ele adora ler, embora ainda não saiba disso.
Mesmo quando o vento sopra do lado errado, e meu adolescente fica um chatinho de galochas, adoro ele!
Quando esse ariano fica esquentado com alguma coisa, eu até acho graça, e tenho que segurar o riso. Seu rosto fica vermelho como pimenta. Pena que esses momentos são raros! (tô brincando!).
Ele é um filho doce, muito doce, e quando me olha com aqueles olhos claros e amendoados... eu me derreto toda.
Tem manias engraçadas, como a do cabelo, que deve ficar do jeito de ele quer - e não como a gente acha bonito - sem esquecer as coisas do seu quarto, único espaço da casa onde tudo tem o seu lugar certo.
Tolha de banho ele nunca usa pela segunda vez, e não belisque qualquer coisa do seu prato, ou ouse tomar um golinho do seu copo... Ele vira uma fera!
Ele está “sempre” atrasado. Eu repito: “sempre” atrasado. E “sempre” sobre pra mim, é claro, ficar correndo e gritando atrás dele pela casa.
Meu adolescente é um expert em jogos on-line, especialmente aqueles de muito tiro e sangue pra todo lado. Desde uns 11, ou 12 anos, já dava banho nos marmanjos. Tomara que isso lhe traga algum lucro no futuro, pois o investimento - em horas - é alto.
Esse filho é o neto que minha mãe infelizmente não conheceu. Mas ele já estava comigo há cinco meses quando ela morreu. Creio que a nossa forte parceria se estabeleceu naquele momento.
Meu pai ainda teve a felicidade de conhecê-lo. Pena que durou tão pouco. Ele gostava de chamá-lo pelo segundo nome – Eric – pois dizia que era um verdadeiro Viking.
Tenho certeza de que ambos estão muito orgulhosos desse neto, e que zelam por ele de onde quer que estejam.
Esse filho, hoje adolescente, foi o que de melhor me aconteceu aos 37 anos. E desde então, a cada dia que passa, ele me faz mais feliz.
Mesmo agora, que passei dos 50, não deixo de agradecer a Deus, em cada oração que faço, por Ele ter me presenteado, nesta vida, com este Anjo de primeiríssima grandeza

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.


Filho de 21



Quem tem filho de 21 anos entende do que vou falar.
Filho de 21 anos é aquele tem o dom de mudar as leis básicas da Astronomia, fazendo com que a Terra passe a girar em torno do seu umbigo.
É o mesmo que, num segundo, transforma-se de um ser carinhoso, inofensivo, em um verdadeiro monstrinho, como na história do Dr. Dr. Jekyll e Mr. Hyde.
Filho dessa idade - e de outras também - é aquele para quem você vive colocando crédito no celular, mas que quando chega a hora de ligar prá você, para avisar onde está, ou que vai se atrasar, esgotaram-se os créditos.
Um filho de 21 anos é aquele que, quando pequeno, andou de patinete, roller, bicicleta, skate, qualquer coisa que tivesse rodas. E que agora surfa, mas continua andando de bicicleta, de skate ... E que de vez em quando cai, e se rala todo. Isso sem falar no jiu-jitsu e suas lesões.
Filho de mais de 20 é aquele que volta prá casa “da noite” sempre pela manhã, e deixa todas as suas roupas espalhadas pelo chão. Se ao menos ele separasse as sujas das limpas...
Mas esse filho de 21 anos não é só isso, de maneira alguma.
É o mesmo filho que tem a vibração de uma das mais lindas e significativas idades do homem.
Ele tem o corpo forte e a alma livre.
Tem a audácia dos antigos guerreiros.
É movido à paixão.
Ele quer! Ele arrisca! Ele vai!
E tudo isso sem um pingo de medo.
Quando fica bravo, esbraveja. Quando quer expressar seu carinho, acarinha, doce, suave... e lhe pega sempre desprevenida.
Filho amado, eu já passei dos 50, você apenas dos 20.
Tens ainda muito dessa vida pela frente e, depois dela, a eternidade.
Continua exatamente assim. Não mudes absolutamente nada.
Porque os medos... esses são todos meus. Desconheça-os.
E se puderes, ensina-me a ser como tu.

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Eu preciso falar



Eu "preciso" falar.
Desculpe-me se o assunto vai soar triste. Alguns poderão dizer que é mórbido (sem trocadilho). Mas você verá, ao final, que é exatamente o contrário.
Quero falar sobre a morte da minha mãe.
Eu já passei dos 50, e agora me sinto preparada para isso.
A história, até certo ponto, é semelhante a muitas outras: Mulher, 59 anos, fumante por pelo menos 30, que consumia, nos últimos tempos, uns três maços de cigarro por dia.
Diagnóstico (cruel): Câncer de pulmão. Cirurgia descartada.
Prognóstico (mais cruel ainda): Sete meses de vida, no máximo, com ou sem tratamento.
No que essa história difere das demais, pelo menos para mim?
Por se tratar da minha mãe, uma mulher bela, simples, de poucas palavras e riso raro, que não fazia mal a ninguém, exceto a ela mesma.
Uma mulher que gostava de batom e esmalte vermelhos. Que adorava ler Agatha Christie e Janet Dailey. E de assistir TV.
Uma mulher que não conseguiu ser feliz no casamento e, então, separou. E nunca mais se juntou.
Que sofreu nesta vida a “pior das piores” dores que uma mãe pode sofrer: a morte de duas filhas, ainda pequenas.
Na noite em que minha mãe morreu, eu estava no hospital.
Permaneci ao lado dela, fazendo carinhos suaves naquele corpo que praticamente levitava a cada espasmo de dor. Uma dor que, de tão intensa e lancinante, a dose de morfina aplicada, ainda que alta, não conseguia debelar.
Perto do fim, eu rezei, e chorei.
E declarei a ela o meu imenso e eterno amor.
Depois a liberei, pedindo a DEUS que a levasse para junto Dele.
Ela não merecia continuar sofrendo. Era desumano.
Nos últimos instantes de vida, a dor foi cessando, o corpo foi se aquietando e, com olhos que já haviam perdido totalmente seu brilho, ela olhou para mim pela última vez ... e expirou ... deixando pender sua cabeça para o lado... para sempre.
Esse foi o momento mais sublime de toda a minha vida, e agradeço a Deus por de tê-lo vivido.
Dona Leila, em meu coração você sempre esteve, ainda está, e estará comigo por toda eternidade.

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.



Parecida com meu pai







Sempre pensei que eu fosse muito diferente do meu pai.
Agora que passei dos 50, vejo o quanto estou ficando parecida com ele.
Atualmente, durmo tarde, muito tarde. Tem vezes que passo a madrugada toda acordada, lendo, escrevendo, assistindo TV, ou conectada na Internet . A única diferença é que ele não tinha Internet.
Adoro um bom papo. Melhor ainda se for sobre assuntos religiosos ou esotéricos, e que tratem da alma, do âmago do ser.
E mesmo sem entender muito de filosofia clássica, assim como ele eu também dou as minhas “filosofadas”.
Sou de poucos amigos. Mas tenho alguns, do peito, que na hora do “pega prá capar” já chegam dando voadora no meu adversário, prá só depois perguntar qual era o problema.
Não concordo com alguém só para agradá-lo. Mesmo que tentasse, não conseguiria.
Assim como meu pai, não levo desaforo prá casa, até porque não aprecio “sapos” (eles nunca passam muito facilmente pela garganta).
Ele tinha por hábito sublinhar passagens interessantes e fazer comentários nas margens das páginas dos livros que lia. Ainda bem, pois é muito legal ler e reler esses pequenos escritos que ele deixou. É como se estivesse falando comigo. Por isso, não me empreste os seus livros, pois é quase certo que irei riscá-los.
E por último, preciso falar de ANGÚSTIA.
Aquele aperto na garganta, aquela sensação ruim acompanhada de uma forte dor no meio do peito, que chega à noite e não me deixa dormir.
Ele falava que isso existia.
Eu, então, não acreditava.
Hoje acredito.
Puxa... como estou ficando parecida com o meu pai...
Queria poder dizer isso a ele.
E também dizer que, apesar de tudo, eu o amei muito.

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.


segunda-feira, dezembro 26

Eu ando muito de táxi.

 

Eu ando muito de táxi. Não que seja barato, mas é rápido, prático, e até divertido. Ouço cada história cabeluda desses taxistas...
E qualquer trajeto, por mais curto que seja, é uma oportunidade para trocar ideias com esses homens que sabem de tudo um pouco.
Faça você mesmo o teste: lance qualquer assunto, e eles já saem falando...Há uns 10 anos - mais ou menos - tomei um táxi de casa para o trabalho.
O motorista era um senhor baixo, gordinho, “meio careca” (ainda lhe restavam alguns tocos curtos de cabelo, a maioria grisalhos), e com um sorriso que, longe de ser perfeito - esteticamente falando - era bonito.
Durante a corrida, ele veio me contando mil coisas da sua vida. Falou da “patroa”, dos filhos e netos – a quem ele dava “tudo o que podia” - dos bens materiais que conquistou, “inclusive uma casinha na praia”, e de muitas outras coisas.
Sua fala era animada e rápida, e volta e meia intercalava um sorriso largo, simpático.
Lá pelas tantas da conversa, ele me diz o seguinte:
“- Sabe, dona, eu já estou com 65 anos. Só que, falando bem a verdade, não consigo me sentir com essa idade. Prá mim, ‘na minha cabeça e no meu coração’, é como se eu ainda tivesse uns 18, 20 anos. A senhora me entende?”
Lembro bem que respondi com um daqueles “Hahãããs” que a gente solta, de vez em quando, sem muito compromisso com a sinceridade.
Aquilo me soou meio exagerado... mas ... tudo bem, aceitei como uma licença poética de que fez uso aquele homem para expressar seus sentimentos.
O legal dessa história é que hoje, que já passei dos 50, eu sinto exatamente o mesmo que aquele taxista.
Por isso, gostaria muito de reencontrá-lo, passados esses 10 anos, para poder dizer a ele:
“- Sabe que eu concordo plenamente com o senhor?”

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen

PLUTÃO




Na manhã do dia 25 agosto de 2006, abri meu jornal “O Sul” e me deparei com a seguinte manchete:
“PLUTÃO DEIXA DE SER UM PLANETA.”
É, meus amigos, REBAIXADO por um grupo de renomados cientistas da UAI – União Astronômica Internacional - à categoria de “Planeta Anão” (assim como um time de futebol que cai para a segunda divisão).

Nem mesmo contaram a seu favor os 70 anos em que ele ocupou um “lugar no espaço” em igualdade de condições com os demais planetas.

Interessante, mesmo, foi uma das alegações que pesou contra PLUTÃO nessa história de rebaixamento: a “forma pouco ortodoxa de sua órbita, cuja inclinação não é paralela à Terra e aos outros sete planetas do Sistema Solar”.

Báhh, mas isso já tá parecendo discriminação!!!

No que me diz respeito, quero perguntar o seguinte:
Se já passei dos 50, como é que fica a MINHA situação,
se no meu Mapa Natal
“PLUTÃO está Retrógrado em Virgem na Casa 7”?

Heim??   

HEIM????

 Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.










ei dos 50”, por Deborah Johansen.

A fila anda



 
 
 
Outro dia, eu enfrentava uma imensa fila num shopping quando, de repente, surge lá detrás uma mulher linda, de pele e cabelos impecáveis, um corpo super em forma.

Ela passa por todo mundo e vai direto ao "Caixa Preferencial".

Meu queixo caiu! Quer dizer que essa mulher, lindona, já "passou dos 60"?
Credo, que vergonha!!!

Eu, que recentemente "passei dos 50", poderia passar, também, por irmã mais velha daquela mulher.

Voltei para casa bem invocada, e com o seguinte dilema:

- ou me conformo com a minha aparência, e "azar do Valdemar";

- ou vou à luta, e com urgência, prá tentar reverter os estragos do tempo.

Ainda não me decidi.

Mas, enquanto isso,

- QUE NINGUÉM ME MANDE PRÁ FILA PREFERENCIAL...

PELO AMOR DE DEUS!!!





Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

domingo, dezembro 25

Se você tem amor à vida






Se você tem amor à vida,
não encare uma mulher que passou dos 50 para procurar suas rugas,
ou checar se já aplicou botox.
Não fixe a atenção no sorriso se for para descobrir
facetas de porcelana nos dentes,
nem mire na raiz dos cabelos para
desvendar sua cor original.
Em hipótese alguma tente calcular seu peso... muito menos sua idade!
Se você tem amor à vida,
olhe para essa mulher que passou dos 50
com o mesmo olhar de respeito e carinho que você tem
pela sua avó, mãe, irmã, amiga ...

Da próxima vez que você olhar
para uma mulher que passou dos 50,
não se prenda ao seu exterior,
pois o que ela tem de mais valioso está invisível aos olhos.
..
Eu, por exemplo, já passei dos 50.
Então, se você tem um pingo de amor à vida,
tome muito cuidado como me olha!!!


Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.
 

sábado, dezembro 24

A neta mais velha




A neta mais velha? Eu fui !
A filha mais velha? Eu fui !!
A irmã mais velha? Eu fui !!!
Mãe mais velha? Também fui !!!!
Mas já passei dos 50, e avó ainda não fui !!!!!
E provavelmente serei a mais velha...

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Momentos de desespero




Nos meus momentos de maior desespero,
Em cima da balança do banheiro,
Meu marido sai com essa:
“Gosto de ti assim mesmo... Nem acho legal mulher muito magra...”.
E aí, eu fico numa grande dúvida:
Estaria ele sendo sincero,
Ou seria apenas um mecanismo de preservação da própria espécie?
Pois ele que não se esqueça que
EU JÁ PASSEI DOS 50 !!!

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Coisas em comum




O que essas coisas têm em comum:

Carteira de Motorista e Passaporte,
Arroz e feijão,
Prótese de silicone e botóx,
Garantia de celular, iPad e iPod,
Queijo, requeijão e iogurte?
Todas elas têm prazo de validade.
Quanto a mim, que já passei dos 50...
nem ouse fazer qualquer gracinha a respeito!

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

SONHO


 Outra noite tive um sonho, mais ou menos assim:
Fui chamada aos Céus pelo TODO-PODEROSO, que me perguntou logo que cheguei:
"- Filha, do quê tens medo?"
Respondi, de pronto:
"- Oh, DEUS, como já passei dos 50,
meu medo da morte aumentou".
Do alto de sua infinita complacência,
ELE assim se pronunciou:
" - Sossegues, amada filha, pois o teu medo,
por maior que seja, não tem qualquer poder sobre MIM.
Não cai um só fio do teu cabelo se não for a MINHA vontade.
Volta em paz para a tua vida, e não temas mais a morte,
pois, afinal, você já passou dos 50, não é?"
Quando acordei pela manhã, e lembrei daquele sonho,
confesso que chorei... aliviada...

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

Passei dos 50




Passei dos 50, e ando me sentindo um tanto estranha...
Talvez por ainda usar pancake e cinta modeladora, e permanecer no mesmo casamento.
Por gostar de Cat Stevens, ainda que sob o nome de Ysuf Islam.
Ou por não fumar, não beber, nem cheirar qualquer outra coisa que não tenha um bom perfume.
Quem sabe, ainda, por ter tido uma carreira de quase 30 anos de serviço público - federal e estadual - da qual posso muito me orgulhar.
...
Será que foi assim que os dinossauros se sentiram quando começaram a desaparecer do planeta???


Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen

Passei pela porta



Passei pela porta, e entrei.
Passei mal, mas me curei.
Passei despercebida, e até fugi.
Passei por muita coisa, e sobrevivi.
Passei dos 50, e sorri.

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Quando eu era bem pequena



Quando eu era bem pequena, acreditava na beleza eterna das princesas dos contos de fadas.

Depois que cresci mais um pouco, acreditei na beleza deslumbrante das estrelas de Hollywood.

Agora que passei dos 50, acredito em cirurgia plástica.


Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Vi



Vi “Além da Imaginação” em 67,
Vi “Romeu e Julieta”, de Franco Zefirelli, em 68,
Vi quando o homem pisou na Lua em 69,
Vi quando os Beatles se separaram em 70,
Vi Marta Suplicy e Clodovil na TV MULHER em 80,
Vi o fim da Guerra Fria em 90,
Vi a Globalizção, o Aquecimento Global e o primeiro Big Brother Brasil em 2000,
...
Já passei dos 50...
e nem vi.



Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

O braço está curto






O braço está muito curto quando leio o jornal,
O cabelo necessita de química todo santo mês,
Os anéis antigos não cabem mais nos dedos,
Os cintos exigem novos furos,
E todas as obturações de amálgama foram trocadas por resina.
Será que tudo isso tem de acontecer
Só porque passei dos 50?

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Ouvi de uma pessoa





Ouvi de uma pessoa de quem gosto muito:
“Aos 50 anos, o que você poderia ter sido nesta vida, você já é.
Pouco vai se alterar em relação à família que constituiu, aos seus ganhos financeiros, aos amigos que conquistou.
Depois dessa marca, o que vier é lucro!”
Sendo assim, como já passei dos 50, e até agora já foi bom demais, eu só tenho a agradecer.

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.

Sinto-me estranha



Por vezes, sinto-me estranha em minha pele.
Olho no espelho e não me reconheço.
Muito do que fui - pensei e senti - se alterou.
Agora o corpo pesa, os olhos cansam, os pés doem,
mas o sono... este custa a chegar.
É... já passei dos 50.
Deve ser isso.

da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.