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terça-feira, dezembro 27

Filho adolescente







“- Filho adolescente é um terror!”
Discordo dessa afirmação, e vou explicar o porquê.
O exemplar da espécie que tenho aqui em casa é o meu caçula. Ele tem 15 anos (na verdade, tem 14, mas ele sempre arredonda para mais).
 Meu filho é meu companheiro, meu melhor amigo.
Nós temos gostos muito parecidos: adoramos pipoca, com ou sem filmes acompanhando. Ficamos acordados até muito tarde, cada um no seu computador, um cutucando o outro no Face.
Adoramos nos dar abraços! Muitos, e a qualquer hora, e sem qualquer razão específica. Não esperamos um evento importante para dá-los.
Como eu, ele adora ler, embora ainda não saiba disso.
Mesmo quando o vento sopra do lado errado, e meu adolescente fica um chatinho de galochas, adoro ele!
Quando esse ariano fica esquentado com alguma coisa, eu até acho graça, e tenho que segurar o riso. Seu rosto fica vermelho como pimenta. Pena que esses momentos são raros! (tô brincando!).
Ele é um filho doce, muito doce, e quando me olha com aqueles olhos claros e amendoados... eu me derreto toda.
Tem manias engraçadas, como a do cabelo, que deve ficar do jeito de ele quer - e não como a gente acha bonito - sem esquecer as coisas do seu quarto, único espaço da casa onde tudo tem o seu lugar certo.
Tolha de banho ele nunca usa pela segunda vez, e não belisque qualquer coisa do seu prato, ou ouse tomar um golinho do seu copo... Ele vira uma fera!
Ele está “sempre” atrasado. Eu repito: “sempre” atrasado. E “sempre” sobre pra mim, é claro, ficar correndo e gritando atrás dele pela casa.
Meu adolescente é um expert em jogos on-line, especialmente aqueles de muito tiro e sangue pra todo lado. Desde uns 11, ou 12 anos, já dava banho nos marmanjos. Tomara que isso lhe traga algum lucro no futuro, pois o investimento - em horas - é alto.
Esse filho é o neto que minha mãe infelizmente não conheceu. Mas ele já estava comigo há cinco meses quando ela morreu. Creio que a nossa forte parceria se estabeleceu naquele momento.
Meu pai ainda teve a felicidade de conhecê-lo. Pena que durou tão pouco. Ele gostava de chamá-lo pelo segundo nome – Eric – pois dizia que era um verdadeiro Viking.
Tenho certeza de que ambos estão muito orgulhosos desse neto, e que zelam por ele de onde quer que estejam.
Esse filho, hoje adolescente, foi o que de melhor me aconteceu aos 37 anos. E desde então, a cada dia que passa, ele me faz mais feliz.
Mesmo agora, que passei dos 50, não deixo de agradecer a Deus, em cada oração que faço, por Ele ter me presenteado, nesta vida, com este Anjo de primeiríssima grandeza

Da série “Passei dos 50”, por Deborah Johansen.