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terça-feira, fevereiro 7

ESTRADA VAZIA



Para onde ela vai,
Nessa estrada vazia?
Solitária, nada leva,
Parece que vai voltar.
Mas se muito tempo passar,
Não lembrará do caminho.
Vai se perder pelo mundo,
Procurando por carinho.
E eu, bem aqui, esperando,
Com meu amor tão profundo,
Dar um abraço apertado,
Dizer que me faz tanta falta,
E que só quero um pouquinho,
Do que foi buscar não sei onde.
Num outro mundo, talvez,
Numa outra dimensão,
Duas que foram tão cedo,
Sem sequer se despedirem.
E eu, aqui, a te pedir,
Um pouco do que sobrou.
É difícil, eu sei que é.
Uma dor assim profunda,
Que corta ao meio a pessoa,
Que mata, mas deixa viver,
Pra terminar de criar
Aqueles que aqui ficaram.
Até não mais aguentar,
E pegar de vez a estrada,
Que leva pro outro lado.
O lado das outras duas,
Que igualmente eram tuas,
Mas que não puderam ficar.
Vai em paz, eu compreendo.
Sei o quanto estás sofrendo,
E não vou te segurar.
E como passei dos 50,
De longe vou avistando
Aquela estrada vazia.
Devendo me preparar,
Pra viagem solitária,
Para a qual nada se leva,
Porque dela não se volta.
E o que fica é a alegria,
E a eterna lembrança de amar.

Para minha amada mãe Leila, para a outra Leila, também Christina, como eu, e para a Grace, tão linda quanto a princesa.

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.