Total de visualizações de página

segunda-feira, fevereiro 6

SEM MAQUIAGEM EU NÃO SAIO!


Adicionar legenda












 
Cada mulher tem alguma coisa de que não abre mão quando se arruma para sair. Tem aquelas que valorizam a roupa, que deve ser de grife e a última tendência da moda. Outras, preferem marcar seu estilo com o sapato e a bolsa. Para mim, maquiagem e perfume são os itens indispensáveis. Não desço nem ao térreo do edifício para buscar uma tele se não estiver maquiada.
Não lembro da última vez que saí à rua sem maquiagem. Do perfume eu até abri mão algumas raras vezes. Mas da maquiagem, nunca! Admiro as mulheres que saem de "cara lavada". Eu, simplesmente, não consigo! Pode fazer o calor do cão que fizer, não adianta, só saio depois de passar uma demão de massa corrida, mesmo que seja para ela derreter antes de eu chegar à esquina!
E não é tanto pelas rugas porque, considerando a minha idade, até que ainda estou no lucro. É por causa das manchas! Aquelas marcas bandidas que ficaram de herança do sol em excesso e das espinhas da adolescência... e que voltaram com tudo na menopausa!
A propósito, outro dia lembrei de uma loucura que fiz lá pelos 16 anos. Li em algum lugar que Creolina "secava" as espinhas. Deve ter sido coisa de um daqueles almanaques distribuídos gratuitamente nos mercadinhos, com dicas e receitas mirabolantes!
Preciso fazer, aqui, um parêntese: sou do tempo em que as gurias usavam na praia do Pinhal, como bronzeador, uma mistura de Óleo Johnson e Iodo, num verdadeiro ato de insanidade! Lembro de uma prima, de pele muito branca, que foi parar no Pronto-Socorro com bolhas enormes na barriga por causa disso.
Outra coisa que a gente usava era uma mistura de Creme Nívea, Hipoglós e Arovit. Passávamos essa pasta gordurosa no rosto na esperança de conseguir uma pele mais bonita. Opção de quem não tinha dinheiro para comprar um bom creme - o meu caso, portanto.
Mas, voltando à história da Creolina. Todos sabem que se trata de uma substância bactericida, desinfetante, superforte, usada em limpezas pesadas, como de banheiros públicos, por exemplo. E eu, tentando "desinfetar" a pele, e secar minhas espinhas, apliquei-a PURA, em TODO O ROSTO! E deixei secando, secando... Logo de início, senti uma certa ardência. Mas sabe como é, todo o sacrifício seria válido para me livrar daquelas erupções asquerosas. Passado algum tempo, enxaguei meu rosto várias vezes. Só que a pele continuou ardendo... E da sensação de ardência, passou para a queimação...
Resultado: consegui uma baita queimadura de pele! Fiquei com a cara completamente vermelha, parecia uma índia! E durante vários dias tive que disfarçar aquela aparência bizarra com uma grossa camada de base líquida e pó compacto.
Passado o susto, e depois de uma escamação completa, eis que surge, de baixo da epiderme, uma pele novinha em folha! Um verdadeiro "peeling acidental".
ATENÇÃO: asneiras como essa não devem ser repetidas por ninguém!
Puxa, lá se vão mais de 35 anos... Que horror! Parece que foi ontem...
Enfim, voltando à questão do uso de maquiagem, e considerando que já passei dos 50, acredito que nunca vou conseguir sair sem colocar o indispensável: base, pó, blush, rímel, lápis, e baton, de preferência, vermelho.
E quando eu estiver com 99 anos, e você me encontrar perambulando pela rua de cara lavada, faça-me um grande favor:
- Pegue-me pela mão, leve-me pra casa, e CHAME UM MÉDICO, COM URGÊNCIA, que o caso deve ser grave!
 
Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.