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segunda-feira, janeiro 30

MIOPIA


Os olhos do meu filho Eduardo são iguais aos meus: castanho-escuros, nem grandes nem pequenos, e ... míopes!
Há 21 anos, dei-lhe À LUZ com uma VISÃO PERFEITA.
Quis o tempo - e a genética - que aos 16 anos ele desenvolvesse o mesmo problema de visão que passei a ter com a mesma idade: a MIOPIA
"Miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes desta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados (desfocados)" (Wikipédia).
Estive pensando...
Por que a visão de algumas pessoas vai encurtando... encurtando... até o ponto de enxergarem com nitidez somente aquilo que está mais perto?
Fui, então, pesquisar sobre o assunto na Internet, e encontrei um resumo do livro "Linguagem do Corpo", da psicóloga Cristina Cairo, Editora Mercuryo, que diz o seguinte:
"Miopia- Pessoas míopes não conseguem aceitar fatos e determinados acontecimentos que saiam fora do alcance de sua crença. Normalmente enxergam 'curto' quanto a determinados problemas e nunca reconhecem que são radicais em suas posições.
Discutir um assunto com elas requer tato e muita paciência, ou então aceite suas opiniões ainda que discordando delas.
Se você tem problemas de miopia, comece a reparar em seu comportamento perante um grupo de amigos e analise, sinceramente, suas atitudes e opiniões. O fato de parecer que estejam contra você não significa estarem errados. Podem estar tentando fazer você ver aquilo que não está enxergando.
A miopia manifesta-se em pessoas egocêntricas que não se importam com os outros ou não aceitam facilmente opiniões alheias. Na verdade são pessoas que possuem uma visão muito estreita do mundo e enxergam somente seus próprios problemas particulares e vêem apenas os aspectos imperfeitos das pessoas e coisas. Miopia é vista curta.
O importante é aumentar o seu campo de 'visão' da vida, começando a enxergar os problemas de pessoas que sempre estiveram ao seu lado mas que você nunca percebeu. Solte-se para a vida e veja como você pode crescer ainda mais ..."
Cruzes!!!
Será que sou tudo isso daí?
O pior é que realmente consegui me ENXERGAR, sob alguns aspectos, na tese desenvolvida por essa psicóloga.
Durante um bom tempo, fui muito "radical" em minhas posições, e não concordar comigo era mesmo "comprar uma briga".
Que o diga meu marido, que sempre teve uma paciência de Jó!
Por outro lado, não consigo ME VER como uma pessoa "egocêntrica", que não se importa com os outros.
Bem pelo contrário!
NA MINHA VISÃO, creio que me preocupei com algumas pessoas até mais do que devia, e agi como se SÓ EU ENXERGASSE o era bom para elas.
E querendo "dirigir" suas vidas, talvez eu as tenha prejudicado.
Eu e essa minha mania de bancar a "dona da verdade"!
Já passei dos 50 e, até agora, corrigi minha miopia por 3 vezes.
A primeira foi aos 28 anos, no tempo do "bisturi com ponta de diamante". Logo depois do procedimento, voltei à clínica e "teimei" que precisava de um retoque no olho esquerdo, pois queria uma VISÃO PERFEITA!
Pela minha insistência, o médico acabou fazendo o "retoque", e também a "minha vontade".
A última cirurgia que fiz foi há 3 anos. Dessa vez, sob o comando do Dr. NELSON BALESTRO JR., foi usado um equipamento a "laser", de última geração. Há poucos dias atrás, com uma máquina ainda mais moderna, de altíssima precisão, o mesmo profissional operou os olhos do meu filho.
Portanto, o Eduardo e eu devemos o fim da NOSSA MIOPIA a esse jovem médico que, além de extremamente competente, é dono de uma simpatia sem igual!
Agora, com meu CAMPO DE VISÃO aumentado, e VISUALIZANDO as coisas com MAIOR NITIDEZ, quero pedir PERDÃO a todos os meus amados, verdadeiras vítimas do meu JEITO MÍOPE de ser!
É o que me resta, já que não posso VOLTAR MEUS OLHOS PARA TRÁS e fazer tudo diferente.
Só fiz o que fiz imbuída de muito amor, e com as melhores intenções.
Mas, como diz o ditado, "De boas intenções...", você conhece o final!
A partir de hoje, com uma VISÃO MAIS ACURADA da vida, sei exatamente o que eu NÃO QUERO MAIS:
- Não quero mais ser míope!
- Não quero mais ser a dona da razão!
- Não quero mais dizer aos outros como devem viver!
Eu, literalmente, TIREI MEUS OLHOS de vocês, tô fazendo VISTA GROSSA.
Afinal, mal dou conta de VER o que é melhor pra mim!
E o problema, agora, é VISTA CANSADA.
Mas, aí, é outra história... e outro tipo cirurgia, que felizmente já existe, para a alegria da turma dos "enta".
E ao meu AMADO FILHO EDUARDO, um EX-MÍOPE, repito o conselho dado pela autora do livro:
"SOLTE-SE PARA A VIDA E VEJA COMO VOCÊ PODE CRESCER AINDA MAIS"!
E que TUA VISÃO alcance horizontes cada vez mais longínquos.
Que teus LINDOS OLHOS CASTANHOS te façam ENXERGAR a imensa beleza desse mundo.
Que teu OLHAR seja sempre repleto de AMOR e COMPAIXÃO.
E que VEJAS essa tua existência como uma grande oportunidade para SER FELIZ!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen

terça-feira, janeiro 24

Pais S-E-P-A-R-A-D-O-S // A-M-O-R dividido


Quem é filho/a de pais separados é expert numa coisa: amor dividido.
Eu sou, ou fui - não sei como digo isso, uma vez que "eles" já se foram desse mundo - filha de pais separados.
Por isso, entendo bem da matéria,
Quando o casal se separa, a dor maior sempre é a dos filhos.
Só não concorda comigo quem não provou desse fel.
Para os filhos, a pior parte da separação:
-ou ficam longe do pai, que eles amam;
-ou ficam longe da mãe, que eles amam.
Claro que assim foi pra mim, que já passei dos 50, pois hoje em dia tem a tal da "guarda compartilhada", sistema estabelecido pelos próprios pais - ou pela lei - em que a "criança" é dividida em dois: uma metade fica com a mãe, a outra com o pai.
No meu tempo, geralmente os filhos ficavam com a mãe, e o pai era então, literalmente, "separado".
Nem na nossa casa ele pisava mais.
Ou porque não queria, ou porque não podia.
Havia exceções, mas via de regra, a regra era clara:
o pai não saía do carro, e a visita dava-se "dentro" dele, para curiosidade dos vizinhos, e imensa vergonha dos filhos.
Sim, porque naquela época era uma "vergonha" ser filho/a de pais separados.
Era como ter um título protestado no cartório, só que a dívida nem era sua!
E aqueles amiguinhos sortudos, cujos pais viviam em paz e amor, olhavam pra gente com um misto de curiosidade e discriminação, como se fôssemos de outro planeta.
Meus pais "terminaram de se separar" quando eu tinha 17 anos.
Mas muito tempo antes, a coisa já vinha mal, e a cada dia degringolava mais. Meu pai saía de casa, para depois voltar, e sair novamente.
Desde os meus 7 anos, passei a viver um turbilhão de emoções em razão do "início do fim" do casamento deles: tristeza, raiva, vergonha, insegurança, e medo.
Lembro dos meus dias de infância com a seguinte estatística mensal:
- 2 dias de "paz e amor" (afinal de contas, eles tiveram 5 filhos depois de mim);
- 21 dias de um silêncio tão denso que podia ser cortado com faca;
- e 7 dias de brigas e discussões, tendo como resultado final a mãe "chorando na frente do fogão".
Isso para os meses de 30 dias.
Nos de 31, acrescente um dia de silêncio.
No de 28, desconte os 2 de "paz e amor".
Não sei se as crianças de hoje sentem a separação dos pais como antigamente.
Elas parecem tão mais "descoladas"!
Mas... será que são mesmo?
Ou continuam disfarçando bem?
Para mim, a dor que elas sentem é exatamente a mesma.
Sem falar daqueles pais separados que têm uma nova união, e novos filhos dessa nova união.
Felizmente, desse vinagre eu não bebi.
Mesmo antes da efetiva separação dos meus pais, eu já sentia, há muito tempo, aquele "cheiro de separação" no ar.
E aquilo me angustiava
diaapósdia,
dia após dia,
dia ... após ... dia.
Para os filhos - de hoje, ontem e sempre - pai e mãe foram feitos "um para o outro", e não "para separar".
"O que Deus uniu - com o nascimento dos filhos - não o separe o homem!"
Mas, por favor, não me entendam mal!
Não estou aqui, de modo algum, a defender a manutenção de um casamento falido a qualquer custo.
Afinal, é direito de cada um buscar a sua felicidade.
Eu não gostaria de ver os meus filhos, no futuro, presos a um casamento infeliz, nem mesmo em razão dos meus futuros netos.
Mil vezes melhor - quando o amor acaba - é separar e tentar manter o melhor nível possível de convivência.
Quem sabe, até, uma boa amizade.
Isso atenua, em muito, a dor dos filhos.
Infelizmente, desse mel eu não provei.
Eu só estou, aqui, a lamentar a dura realidade dos pais s-e-p-a-r-a-d-o-s.
Aquilo que não estava nos planos na hora do "sim", mas que, às vezes, acaba acontecendo.
Eu só estou, aqui, a lamentar a realidade dolorosa dos filhos, e o seu a-m-o-r dividido.
Eu estou só, aqui, a chorar por mim mais uma vez...

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

domingo, janeiro 22

A Demência e o Amor



Assisti mais de uma vez, no Youtube, o vídeo "Deleuze e o Amor".
Nele, o renomado filósofo francês Gilles Deleuze, falecido em 04-11-95, aos 70 anos, diz o seguinte:
"E todos nós somos meio dementes. O verdadeiro charme das pessoas reside em quando elas perdem as estribeiras, quando não sabem muito bem em que ponto estão.... Mas se não captar a pequena marca de loucura de alguém não pode gostar deste alguém... É exatamente este lado que interessa. ... aliás, fico feliz em constatar que o ponto de demência de alguém seja a fonte do seu charme...".
As palavras do filósofo ficaram martelando na minha cabeça durante alguns dias.
E cheguei à conclusão de que ele está absolutamente certo.
As pessoas "meio malucas" são bem interessantes...eu diria, até, apaixonantes!
Puxa vida!
E eu na contramão da história, fazendo um baita esforço, a maior parte do tempo, para parecer o mais normal possível.
Gastei tanta energia nisso.
Que desperdício!
Ainda bem que a partir dos 45 eu fui me cansando.
E desde então, em doses homeopáticas, fui dando uma "surtada" aqui, outra acolá...
Também "perdi as estribeiras", "dei uma de louca", "saí da casinha", "pirei na batatinha", "viajei na maionese", "tive um treco", "pirei de vez", "endoideci" ...
Será que agora as pessoas vão, finalmente, descobrir o meu "verdadeiro charme"?
Tomara que o filósofo esteja certo!
Como já passei dos 50, e estou soltando todos os meus bichos, vou esperar ansiosamente pelos resultados.
Quero mais é que as pessoas identifiquem em mim a tal "marca de loucura" ... e gostem de mim.
Da mesma forma, vou procurar nelas o "ponto de demência" de que fala Deleuze.
...
 - Ei, você aí!
Chegue aqui, mais perto.
Aproxime-se mais um pouquinho.
Quero dar uma boa olhada em você.
Pois como disse Caetano Veloso em "Vaca Profana",

"De perto, ninguém é normal!"

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen

quinta-feira, janeiro 19

A Noiva-Cadáver


Escrevo? Ou não escrevo?
Escrevo? Ou não escrevo?
???
OK! Vou escrever.
Primeiramente, vamos à notícia:
"Tailandês casa com o cadáver de namorada morta em acidente" Em Bancoc, um tailandês casou com o cadáver de sua namorada, morta em um acidente de trânsito, para unir suas almas na eternidade, informou a imprensa local. O casamento de Chadil Deffy e sua namorada, Ann, aconteceu em 4 de janeiro na província de Surin, no noroeste do país, em cerimônia budista acompanhada por seus familiares e amigos. "Nosso amor foi algo muito grande, mas por lástima não podemos viajar ao passado e mudá-lo. A vida é curta, e hoje realizo meu desejo e agradeço a todos os que estão presentes", manifestou o namorado na lúgubre cerimônia. O jovem de 28 anos enviou um convite a todos seus conhecidos através de sua página no Facebook para o evento, que foi celebrado quatro dias depois do acidente, ocorrido na noite de réveillon. As imagens do casamento foram transmitidas pela televisão tailandesa, enquanto quase 30 mil pessoas as viram e comentaram através da página pessoal de Chadil. As fotos mostram a jovem na cama do hospital e depois vestida de noiva durante o casamento, enquanto Chadil colocava o anel em seu dedo e a beijava na mão e na testa. Para Chadil, o melhor presente de casamento será ver cumprido seu desejo de reencontrar a amada em sua próxima vida.
Ahh... o amor... imenso e intenso amor.
Esse sentimento que queima a gente por dentro.
Que chega a doer, de tão bom!
Penso nele como aquela frieira no pé que você coça por um bom tempo antes do banho, sentindo um grande prazer.
Mas depois, vai para baixo do chuveiro, abre a torneira, e aí... arde... dói demais!!!
Amor.. sublime amor.
Que faz a pessoa "matar e morrer" em seu nome.
E quando mata, e quando morre, não sente nenhuma culpa.
Sentimento que move montanhas, atravessa rios e oceanos, que é cego, faz perder a cabeça, não mede esforços, infinito enquanto dura, e que quando vai embora, deixa as pessoas enlouquecidas... de amor!
"Um homem apaixonado que se casa com a noiva morta".
Que coisa mais linda isso!!! 
Gostaria muito de ter estado lá, para ouvir esse verdadeiro "Ode ao Amor Eterno", composto por dois tamantes separados no físico, mas cujas almas seguem juntas pela eternidade.
Por ser budista, o noivo acredita na reencarnação, em vidas sucessivas.
Então, movido por sua fé, quis firmar seu compromisso com a mulher amada mesmo que do seu corpo - "Vestido de Noiva" - o sopro da vida já se escapara há quatro dias.
Você está achando esse assunto mórbido?
Eu não acho!
Para mim, que passei dos 50, e sou "das antigas", mórbido é o tratamento "descartável" que tem sido dado ao amor.
Ama-se num dia, e no outro, sem fazer nenhum esforço em contrário, deixa-se de amar... com toda a naturalidade.
Para os jovens tailandeses, "O que uniu o amor, nem mesmo a morte separou".
O único risco que corre o apaixonado noivo é de, assim como o personagem Victor Van Dorst, na animação "A Noiva-Cadáver", de Tim Burton, descer na noite de núpcias à "Terra dos Mortos", e constatar que a vida lá é bem mais divertida que a daqui.
Mas, nesse caso, ninguém poderá dizer que eles não foram
"FELIZES PARA SEMPRE"!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

TITANIC E COSTA CONCORDIA




Quem me conhece um pouco mais abaixo da linha de superfície, sabe que adoro mergulhar nas águas profundas das ciências ditas "ocultas".
Já li sobre praticamente tudo:
Astrologia, Tarô, Numerologia, Cabala, Quiromancia, Geomancia, Radiestesia, Rosa-Cruz, Gnosticismo, Projeciologia, Thelema, Runas, I Ching, Magia, etc, etc, etc.
Esses e tantos outros assuntos sempre me fascinaram, desde criança.
Quando soube que um gigantesco navio de luxo naufragara na região da Toscana - Itália, imediatamente lembrei de Francisco Valdomiro Lorenz, e seu "Horóscopo Cabalístico".
František Lorenz nasceu em Zbislav, antigo Império Austro-Húngaro (hoje República Theca), em 24 de dezembro de 1872, e morreu em Dom Feliciano, RS, no dia 24 de maio de 1957.
Francisco Valdomiro Lorenz, ou simplesmente Francisco Lorenz, foi poliglota, filósofo e um dos primeiros esperantistas do mundo.
Capaz de comunicar-se em mais de cem idiomas, traduziu livros do sânscrito, hebraico, grego antigo, inglês, francês, italiano, chinês, japonês e árabe. Estudou o aramaico, o volapuque, o tupi-guarani, o maia e outros (fonte Wikipédia).
Conhecia, também, os princípios da homeopatia, com o que ajudava os moradores da pequena comunidade em que viveu.
Ele foi um homem realmente excepcional!
Sou fã de sua obra há muito tempo, e tive a grata satisfação de conhecer uma de suas netas quando, na saudosa creche Arco Íris Mágico, nossos filhos foram colegas.
Detentor de mediunidade de alta qualidade, Valdomiro Lorenz foi psicografado até pelo grande médium Chico Xavier.
Lembrei que na obra "Horóscopo Cabalístico", o Professor Lorenz fizera a análise tanto do nome "TITANIC" -- transatlântico construído para ser "o maior e mais luxuoso do mundo" e, ainda, "inafundável" -- quanto da data de sua fatídica viagem inaugural- 14 de abril de 1912.
Fazendo seus cálculos, ele aponta no livro os seguintes resultados:

TITANIC
ARCANO X - A ESFINGE
A Roda da Fortuna - o destino, a boa ou má sorte; elevação dos bons e humildes e queda dos orgulhosos.
A data 14-04-1912:
ARCANO XIII - O ESQUELETO COM A GADANHA
A destruição ou transformação, ambições desvanecidas, morte e imortalidade.
Ainda, calculada essa data de uma outra forma:
ARCANO XXII - O CROCODILO
Cegueira moral, loucura, sucessos seguidos de queda, e catástrofe final.
Procedi nos mesmos cálculos em relação ao naufrágio do COSTA CONCORDIA, e encontrei o que segue:

COSTA CONCORDIA

ARCANO XVI - A TORRE FULMINADA
Catástrofe, caos, queda, ruína, projetos fracassados.
A data 13-01-2012 (calculada das duas formas possíveis se obtém o mesmo resultado):
ARCANO X - A ESFINGE - idem ao nome "TITANIC".

Conclusão: tanto os "nomes" com que foram batizados, quanto às "datas" em que ocorreram as viagens, atraíram péssimas influências para ambos os navios.
O que diferencia as tragédias é o número de mortos e o comportamento diametralmente oposto dos seus comandantes.
No caso do TITANIC, o Capitão Edward J. Smith foi um dos últimos a saltar do navio... E nunca mais foi visto.
Morreram naquele acidente 1.523 pessoas.

Faço, aqui, um parênteses: na Exposição "TITANIC - Objetos reais, História reais" - montada em 2011 no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, achei curiosa a informação constante no painel que, muito resumidamente, falava sobre a vida do Capitão Edward J. Smith.
Segundo relatado, ele teria dito à esposa Sarah e à filha Hellen que "aquela seria sua última viagem". Depois dela... a aposentadoria.
Ironicamente falando, ele cumprira a sua promessa.

No caso do COSTA CONCORDIA, o Capitão Francesco Schetino foi um dos primeiros a chegar em terra, deixando para trás a maioria dos passageiros. Depois, foi preso sob suspeita de que teria usado álcool ou drogas na noite do naufrágio.
Até o momento, foram anunciadas 11 mortes, e 29 pessoas continuam desaparecidas.
Moral da história: não se fazem mais capitães de navios como antigamente!

De resto, o que se tem é que, levados em conta os conhecimentos cabalísticos do Professor Lorenz, ambos desastres tinham tudo para acontecer, mais dia ou menos dia.
Entretanto... tire você mesmo suas próprias conclusões!
...
Eu, que já passei dos 50, vou te falar uma coisa:
Não acredito em "tudo" o que leio.
Mas, por outro lado, não duvido "de nada"!!!

Como disse Hamlet,
"Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio,
do que pode sonhar tua vã filosofia."

          Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

terça-feira, janeiro 17

FELIZ POR TUDO


Hoje acordei feliz.
MUITO FELIZ!
E, logo a seguir, me preocupei.
Quais os motivos para esse ataque súbito de alegria?
Abri o jornal do dia - 17 de janeiro de 2012 - e dei de cara com as seguintes manchetes:
"Ainda há 29 desaparecidos após naufrágio na Itália, diz Guarda Costeira;
"Ministra da Comunicação Social retira câncer no seio";
"Banco Central Europeu diz que crise financeira é gravíssima";
"Irã anuncia que prendeu suspeitos de matar seu cientista nuclear";
"Fim de semana violento no RS somou 34 mortes, entre trânsito e assassinatos"; e por aí vai...
Então, com tantas coisas ruins acontecendo com as pessoas, com o país, e com o mundo, como posso estar feliz?
Talvez seja resultado da reposição hormonal bioidêntica, que comecei há pouco tempo, mas que já mostra seus resultados.
Ou, talvez, um sintoma de bipolaridade, coisa não rara na família.
Ou, ainda, esteja sob os efeitos do livro que li pouco antes do Natal, "Feliz por Nada", da Martha Medeiros, de quem sou fã de carteirinha.
Ainda, e na pior das hipóteses, seria essa a tal da "melhora da morte", aquele bem estar que sente o moribundo pouco antes do seu fim?
Simplesmente... não sei!
Só sei que me sinto a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e FELIZ!
É, no mínimo, curiosa essa minha preocupação, pois quando acordo triste, nem sempre vou buscar os motivos.
Aceito a tristeza como ela se apresenta, e espero ela passar.
Provavelmente, nem existam motivos, o que seria ainda pior.
Mas hoje, especialmente hoje, estou FELIZ POR TUDO:
Pela VIDA,
Pelos meus AMORES,
Pelas ALEGRIAS,
E também pelas DORES,
pois são elas que me fazem evoluir.
E, como já passei dos 50, pretendo usufruir cada instante desse "espasmo" de felicidade.
Afinal, nunca se sabe quando virá o próximo!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

segunda-feira, janeiro 16

Notívaga






 Quando aprendi o significado da palavra "notívaga", logo me identifiquei:
" - Essa sou eu!"
Notívago é alguém que tem seu pico de energia à noite, ao contrário da maioria das pessoas que têm nela seu período de descanso, inclusive com alterações no metabolismo, como redução dos batimentos cardíacos, diminuição da temperatura corporal, dentre outros.
Em Biologia, é a definição do comportamento observado em alguns animais que dormem de dia e tornam-se ativos à noite, como morcegos, anfíbios, felinos, e outros.
Tenho pra mim que não me "tornei" uma notívaga.
Eu já nasci assim!
E como passei dos 50, dificilmente vou mudar.
Desde muito pequena gostava de ficar acordada até tarde, especialmente para assistir "Além da Imaginação", seriado da TV americana que contava histórias sobrenaturais envolvendo viagens no tempo, mundos paralelos, alienígenas, fantasmas, vampiros, etc.
Eu acho bem legal acordar de madrugada, ver o sol nascer, ouvir os pássaros, tomar chimarrão, e tudo o mais.
Mas eu não consigo fazer isso!
Houve períodos da minha vida em que precisei acordar bem cedo.
Quando eu tinha 15 anos, por exemplo, mudamos para Lajeado, e fui trabalhar na empresa da família.
Todos os dias, meu tio passava na esquina de casa exatamente às 7:20h da manhã, para me dar uma carona.
Certa vez, quando fui esperá-lo no local combinado, achei tudo muito diferente.
As pessoas que transitavam pela rua não eram as mesmas de sempre.
E a cidade estava tão silenciosa...
Seria feriado municipal, e eu não sabia?
Teria morrido o Prefeito, ou o Presidente da República?
É que naquela época as notícias não chegavam tão rápido como hoje.
Sem relógio, e preocupada com o "atraso" do meu tio, resolvi perguntar as horas a um homem que passava.
Eram 6:30h da manhã!
Meu despertador estava 1 hora adiantado!
Durante a faculdade, a madrugada servia para estudar. E, também, para namorar. Como trabalhava o dia todo, e cursava a faculdade à noite, só restava aquele tempo para viver algumas emoções.
No nascimento dos filhos, não temi as tão propagadas "noites sem dormir". Eu as tiraria de letra! E nem foi o caso, porque os meus guris nunca me "deram um baile".
Quando trabalhava - e precisava acordar cedo - lá pelas tantas eu me "obrigava" a ir pra cama, ou não levantaria pela manhã "nem com banda"!
Veio a menopausa, e com ela a insônia, que faz parte do pacote. A coisa complicou ainda mais. A hora de deitar passou das 2h para às 3h, 4h da madrugada, e às 7h, mais tardar às 8h, tinha que estar em pé novamente.
Depois, a aposentadoria. E então a "vaca foi pro brejo, com corda e tudo"!
Mas agora, com o senso do dever cumprido - já estudei, já criei os filhos, já me aposentei - passo as madrugadas na Internet, ou lendo, escrevendo, assistindo filmes. Aliás, hoje em dia está uma maravilha, pois os canais de TV nunca saem do ar!
O marido aceita esse meu jeito de ser. Mas, como não integra o time dos insones, vamos vivendo como naquele filme "O Feitiço de Áquila", uma fantasia que se passa na Europa medieval.
Nela, dois jovens amantes estão condenados à separação ao longo da vida por uma terrível maldição: durante o dia, Isabeau d'Anjou se transforma num falcão, e à noite, é o Capitão Etienne de Navarre que vira um lobo negro.
E a cada final noite, mas ainda antes do alvorecer, eles têm alguns instantes na forma humana para, só então, viverem intensamente seu grande amor.
Assim, os personagens vão vivendo até que um eclipse solar em Áquila vai criar "um dia sem noite e uma noite sem dia", e a maldição será quebrada para sempre!
Espero ansiosa por esse eclipse.
Enquanto isso, sigo dizendo:
"Bom dia a todos! Que eu agora vou dormir!
 
Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

domingo, janeiro 15

"21 pandorgas"



Outro dia, caminhando pelo calçadão de Capão da Canoa, vi uma cena que, pelo menos pra mim, era inédita.
E olha que eu já passei dos 50!!!
Nas areias da praia, próximo ao mar, caminhava um homem que empinava 21 pandorgas!
Gente, eu tive que contar!
Não era "meia dúzia", nem "dúzia e meia".
Eram quase duas dúzias de pandorgas de cores e formas diversas que, ligadas a um mesmo fio de nylon, bailavam assanhadas ao vento forte, sob o comando habilidoso daquele vendedor.
A " pandorga guia", que voava soberana no ponto mais alto do "bando", tinha a forma de um morcego. Como aquela projeção de luz que o Batman fazia nos céus de Gotham City, lembra?
Olhando de longe, ficava difícil definir se era o homem que empinava as pandorgas... ou se eram elas que o conduziam por entre os banhistas.
Limitei-me a admirar aquela imagem de longe.
A coisa era tão mágica, que tive medo de me aproximar.
Vai que as pandorgas desabem se eu chegar mais perto!
Quando eu era menina, queria muito uma pandorga. Mas achava que a brincadeira era exclusividade dos meninos. Só realizei meu desejo quando meu filho estava com uns 7 ou 8 anos, e comprei uma pandorga pra ele, digo, pra mim.
As pandorgas, ou "pipas" - - gosto mais da primeira forma, porque "pipa" lembra "barril", que lembra "gordinha", e esse é um assunto "de peso", que eu prefiro não comentar - - eram feitas, antigamente, de papel de seda, ou papel manteiga, e, via de regra, tinham a forma de losango.
Elas eram tão frágeis!
Hoje, podem ser de plástico, seda, nylon... e ter a forma que você quiser. Inclusive, de morcego!
A linha que ligava as pandorgas entre si, e todas elas ao seu hábil condutor, me fez lembrar do "fio prateado" referido por Shirley MacLaine no livro "Dançando na Luz", que li há uns 20 anos, mais ou menos. Seria o fio que liga a alma à matéria, e que todos nós possuímos ... enquanto vivos.
A sinopse do livro num site de vendas é a seguinte:
"Trajetória espiritual de um ser humano que aos cinquenta anos faz um balanço de sua existência como mulher, atriz, mãe, filha, e descobre que suas crenças, opções e conflitos são frutos de sua jornada de crescimento que se iniciou aos quarenta anos.".
Puxa vida! Quero ler esse livro de novo!
A visão daquele homem e suas pandorgas fez meu pensamento "voar", também, para o filme "21 gramas": "Três pessoas, Paul (Sean Penn), Jack (Benicio Del Toro) e Cristina (Naomi Watts), têm seus destinos cruzados em função de um acidente.... Vinte e um gramas é o peso que uma pessoa perde no momento da morte...".
Será que a alma daquele homem que caminhava na praia tem o peso de "21 pandorgas"?
Para finalizar, quero acrescentar o seguinte:
pesquisando sobre "pandorgas" na Internet li que, ainda hoje, no Oriente, elas são usadas com caráter religioso, servindo para espantar os "maus espíritos".
Se isso for verdade, o "Homem das 21 Pandorgas" deve estar bem protegido.
Que assim seja!
Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen

Vermelho - Paixão e Sangue



Minha mãe só usava batom e esmalte vermelho.
E eu herdei dela essa gosto.
Para mim, o vermelho é uma cor chique, clássica, feminina, sensual, especialmente quando usada em pequenas doses.

É bem curiosa essa questão da cor.
O vermelho sugere "paixão", geralmente representada por rosas, maçãs, morangos, almofadas, lingerie, e outros símbolos que não lembro agora.

Minha mãe não costumava usar roupas vermelhas.
Como símbolo da "paixão" que um dia ela sentira, ficaram esses pequenos detalhes - batom e esmalte - vistos somente por quem dela se aproximasse.
Mas o legal é que o "vermelho" ainda estava lá.

Aos vinte um anos, minha mãe trocou um noivado - com enxoval pronto e casamento marcado - por uma louca paixão.
Mas o destino, esse danado, volta e meia faz das suas.
A paixão passou,
o amor não suportou,
e o que Deus um dia uniu,
a história separou.
Mas minha mãe nunca deixou de usar batom e esmalte vermelho.

Na Wikipédia, encontrei o seguinte:
"A palavra vermelho tem sua origem no latim 'vermillus' que significa 'pequeno verme', remetendo-se à cochonilha, inseto do qual é extraído o corante carmim utilizado em tintas, cosméticos e como aditivo alimentar. ...O vermelho é associado com a cor do sangue.."
Achei isso bem interessante.

Minha mãe sofreu muito nessa vida.
Perdeu duas filhas, ainda pequenas,
separou-se do meu pai,
e nunca mais se casou.

Agora, que passei dos 50, desconfio que ela ainda o amava.
Um dia, minha mãe cansou, literalmente "jogou a toalha".
Mas ainda se arrastou, por algum tempo, até que o "vermillus" -
- vou chamar assim esse "pequeno verme" do câncer -
a abateu, impiedoso.

E foi naquela noite terrível, na cama do hospital, que um detalhe me marcou para sempre:
aquele filete de sangue vermelho escuro,
que escorreu de uma boca já sem vida,
e sem qualquer resquício de batom.

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

sábado, janeiro 14

Verbos de AR



Se você quiser saber,
Porque comecei a escrever,
Vou esquecer os verbos em "er",
Doer, sofrer, arrepender,
E vou buscar os de "ar".
Pelo menos eu vou tentar!

Escrevo para não pirar.
Do pé dos filhos largar.
E para não me afogar,
Pois já me faltava o ar.

Escrevo para desaguar.
Deixar o amor transbordar.
Escrevo para não desanimar,
E toda a tristeza afastar.
E se num dia escorregar,
No seguinte, levantar.

Escrevo para ideias renovar,
E um futuro feliz planejar.
Quero aos amigos saudar,
Dos que já se foram lembrar,
E aos que ainda estão me declarar.
Se "Passei dos 50" não termina em "ar",
Vou ter que finalizar,
Antes de eu me perder
E a minha rima faltar!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

Medo de dirigir



Tenho habilitação para dirigir desde os 21 anos. Mas, até hoje, não dirijo.
Antes, colocava a culpa no marido: "- E se eu bater o carro 'dele'?"
Acabei comprando um pra mim. É meu. Os documentos estão no meu nome.
Mas ele é quem dirige.
Fiz até terapia para superar o medo. Gastei tempo e dinheiro. Não adiantou!

Mas em 2012 eu vou dirigir!
Antes que o mundo acabe, eu juro que vou dirigir!
Afinal, se já passei dos 50, tô esperando o quê?
Queria ser como a "Dona Sylvia", minha inesquecível avó.
Aquela, sim, era corajosa! Tirou carteira aos 60 anos!!!
Tudo bem que repetiu os exames algumas vezes. E daí?
Tem guri novo que também treme a perna, faz bobagem, e não passa de primeira!

Finalmente habilitada, ela ganhou do meu avô um Fusca "vermelho degradê" - eram 3 tons diferentes: um no capô, outro no para-lama dianteiro direito, e um terceiro, provavelmente sua cor original.
Dá até para imaginar como dirigia o antigo proprietário!
Graças a Deus, minha vó não acrescentou nenhum outro tom àquele pobre carro.
Depois do Fusca, veio o Opala "amarelo mostarda", de 3 marchas, com o cambio em cima.
Pensam que ela se intimidou? Bem capaz!

Continuou voando as tranças naquele trambolhão, pra cima e pra baixo, com sol e com chuva, na cidade e no interior.
Aliás, não tinha tempo ruim para minha avó.
Ela nunca se "michou" pra nada na vida.
Se tinha que ser feito, ela fazia.
Se era pra decidir, decidia.
E mandar fazer? Também sabia.
Tudo que ela queria, conseguia.
Minha vó era, simplesmente, demais!!!
Ela se preocupava com "tudo" e com "todos".
Seu maior prazer era ver "todos" bem.
E, de preferência, "bem perto" dela.
Tinha uma fé em Deus inabalável!
Quando meu avô morreu, nós todos nos preocupamos.
Afinal, tinham sido companheiros por mais de 60 anos!
Mas ela continuou firme e forte conosco, por mais um bom tempo.
...
Ai,  que saudade da "Dona Sylvia"!
Grande falta que ela faz!
Queria muito dirigir como ela... os automóveis... e também a minha vida.

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen


























sexta-feira, janeiro 13

"Rosas vermelhas para uma nova mulher"



Quando completei 15 anos, não tive a tradicional festa que marca a transição "menina/mulher".
Não havia dinheiro para esse tipo de luxo.
Afinal de contas, o tal "Baile de Debutantes", também chamado "Début", não passava de uma grande bobagem!
Um dinheirão gasto à toa com:
- um vestido de gala maravilhoso;
- um salão de festas lindamente decorado;
- e uma centena de fotografias, que registrariam aqueles momentos mágicos para sempre.
Tudo isso somente para viver a experiência inesquecível de dançar, após a meia-noite, a primeira valsa com o seu pai, toda emocionada???
Eu já namorava o meu marido no dia do meu aniversário.
Um garotão lindo - 17 anos, magro, olhos verdes, cabelos loiros e longos, calça " boca-de-sino" e camiseta justa no corpo - que me deu de presente, no início da tarde, um lindo, fofo e perfumado urso de pelúcia, envolto em papel celofane transparente, com um grande laço de fita cor de rosa.
Eu amei o presente!!! E retribuí com muitos beijos!

No início da noite, veio a grande surpresa: uma braçada de lindas rosas vermelhas, de cabo longo, presente do meu querido tio Beto - 27 anos, homem feito, bonito, charmoso, que arrancava suspiros da mulherada!
Não consegui expressar, na época, toda a minha emoção.
"Rosas vermelhas para uma nova mulher."

Agora que passei do 50, vou fazer uma tentativa.
Eu adoro símbolos.
"O 'símbolo' é um elemento essencial no processo de comunicação...Ele intensifica a relação com o transcendente." (Wikipédia).

Foram 3 os símbolos que marcaram, para sempre, os meus 15 anos:
- o "urso de pelúcia", representando a pureza do amor de dois jovens, recém saídos da infância;
- a falta do "Début", esse belo e importante "rito de passagem" que compõe o universo feminino;
- e as "rosas vermelhas", presente ideal para marcar a transformação da menina em mulher

O "Baile de Debutantes" eu não tive.
Mas aquelas rosas vermelhas cumpriram perfeitamente o seu papel!

Da série " Passei dos 50", por Deborah Johansen.


quinta-feira, janeiro 12

"Tio Patinhas" e o meu avô




 Meu avô adorava ler revistas em quadrinhos, e o seu personagem preferido era o " Tio Patinhas".
Lembro dele dando boas risadas com as situações engraçadas envolvendo o pato avarento e o sobrinho trapalhão.
Nunca descobri o motivo pelo qual meu avô gostava tanto do "Patinhas", pois aquele velho ranzinza e pão-duro era tudo o que ele "não era".
Meu amado "Vô Victor" foi a pessoa mais generosa que conheci em toda a minha vida. E isso é dito por todos que o conheceram.
Para receber sua ajuda, não precisava nem pedir, porque ele já a oferecia antes mesmo de você "abrir a boca".
E de ranzinza, ele não tinha nada!
Adorava pegar os netos para dar umas voltas de carro nos domingos. E quanto maior a aventura pelos interiores da cidade, tanto melhor!
Meu avô foi um verdadeiro "pai" pra mim, porque ele sempre estava lá (eu repito: "Ele sempre estava lá").
Meu avô me ajudou em absolutamente tudo - desde criança e até a idade adulta - com as coisas mais básicas da vida, como "casa e comida", e também nos ditos "luxos" - viagens, férias na praia, desejos de Natal que os pais não realizavam, etc., etc., etc.
Claro que em tudo isso sempre tinha o "dedo" da minha amada Vó Sylvia, sua grande e eterna parceira!
Meu avô confiou eu mim dando-me o primeiro emprego, e me ensinou coisas tão importantes para a vida que até hoje guardo comigo.
Foi ele que me manteve durante o tempo de faculdade, ajuda absolutamente fundamental naquele período.
E continuou me ajudando mesmo depois de casada, pois na hora de dar um passo importante, como a aquisição de um imóvel - só para dar um exemplo - lá estava ele, com o cheque na mão, pronto para ajudar.
Meu avô sempre será o meu "modelo de vida", e uma das pessoas que mais amei. Espero ter chegado pelo menos perto do que ele foi.
E, se ainda não cheguei, agora que já passei dos 50, tomara que tenha bastante tempo pra isso!
E também para dar boas risadas do Tio Patinhas!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

BBB12 - O porquê. E por que não?



BBB 12 - O porquê.
E por que não?

Todo ano é a mesma história: começa o BBB e se estabelece um verdadeiro fórum de discussão entre os que assistem - e gostam - e os que não assistem - e odeiam - referido reality show.
E têm também os que assistem - e gostam - mas negam isso até à morte!
Desde logo, eu admito: assisto todos os anos, e me divirto a valer!
E digo mais: não troco o programa por nenhum dos telejornais que invadem minha TV todos os dias, em horário nobre.
A vida tá bem complicada nas ruas hoje em dia.
É acidente de trânsito, assalto à mão armada, sequestro relâmpago, briga por motivo fútil, morte sob encomenda, bala perdida, e os mais variados crimes relacionados ao tráfico de drogas.
Chega!!!
Eu sei que tudo isso existe. Mas não preciso assistir a essas desgraças todo o santo dia, pois não tenho nenhuma tendência ao sadismo.
Já passei dos 50, e o que vi até agora é mais do que o suficiente para essa existência.
O que realmente pretendem os meios de comunicação com toda essa divulgação?
Alertar-me quanto aos perigos das ruas?
Ou me amedrontar, e cercear meu fundamental direito à liberdade de ir e vir?
Sim, porque num quadro escabroso como o que é mostrado na TV, insistentemente, só me resta ficar trancafiada em casa, e ver a vida passar pela janela...
Talvez seja somente uma questão de manter os índices de audiência em alta, e eu esteja totalmente equivocada em minhas desconfianças.
Bem, se a intenção do telejornalismo é a de me assustar a tal ponto em que eu não saia mais às ruas, exceto quando absolutamente necessário, haveria opção melhor do que assinar o pacote BBB 24 horas por dia?
Claro que não!!!
Veja bem: assistindo Big Brother Brasil, o único risco que corro é o de "morrer de rir" das palhaçadas dos participantes, especialmente das bobagens que falam sem qualquer receio das dezenas de câmaras que os vigiam permanentemente.
E, também, o de "ficar ligadona" até altas horas, como uma verdadeira "viciada", que não consegue apertar o botão "POWER" da TV até que todos os BBBs estejam roncando e babando nos travesseiros.
Outro grande perigo são os "assaltos à geladeira", pois cada vez que eles preparam seus lanches, também corro para a cozinha e acabo cometendo um crime. E o faço também "por encomenda", quando peço uma telepizza.
Tem, ainda, o drama das "balas perdidas" que, nesse caso, são das "balas achadas" no armário da cozinha, que vão parar direto no meu estômago e, depois, na minha já avantajada cintura, em forma de gordura localizada.
E não poderia deixar de referir as "brigas por motivo fútil", já que muitas vezes o marido e os filhos querem assistir a outro programa e, aí, eu brigo com todos eles para manter a TV ligada no BBB.
Esses são os porquês da minha preferência pelo Big Brother Brasil 12 a todos os telejornais nacionais.
Eu quero mais bobagem, e menos desgraça.
Quero mais risada, e menos tristeza.
Eu quero mais é ser feliz!!!
E que me desculpem os críticos de plantão - principalmente os intelectuais - mas em tempos bicudos como os que estamos vivendo, um tanto de palhaçada é fundamental!

E a você, que ainda não experimentou dessa "droga", eu pergunto:
"- Por que não???

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.


quarta-feira, janeiro 11

Quem é você?






Fiquei na praia sozinha por três dias, e vivi a experiência de "não ser":
"não ser" mãe, esposa, irmã, nora, cunhada, tia, sobrinha ou amiga.
Era somente eu comigo mesma, sem qualquer referência externa.
Mas, afinal de contas, "Quem sou eu?"

 Procurei um espelho e perguntei à imagem nele refletida:
" - Ei, quem é você?"

E a imagem respondeu prontamente:
" - Olá! Sou uma mulher madura, já passei dos 50.
Meu rosto tem rugas e manchas de sol.
Tenho diversas dobras e sobras pelo corpo.
Minhas pernas têm celulite e veias azuis.
Meu braço tem uma cicatriz esquisita.
Meu peso é e-x-a-t-a-m-e-n-t-e o mesmo de quando me casei,
só que com os algarismos invertidos.
Minha altura já diminuiu meio centímetro.
O cabelo é vermelho escuro, pelo menos enquanto não aparece o platinado na raiz.
Essa sou eu!"

 Não satisfeita, perguntei novamente:
" - Quem é você ?"

Passados alguns instantes, a mulher do espelho respondeu:
" - Ok! Chega aqui, mais perto, e olha dentro dos meus olhos.
Sou aquela criança que tinha todos os medos do mundo,
mas que, apesar deles, foi à luta.
Sou a adolescente cheia de planos para o futuro,
e com uma pá de incertezas também.
Sou a mulher adulta que errou muito, mas também acertou.
Que fez coisas das quais se orgulhou,
e outras de que se arrependeu profundamente.
Sou aquela que quase morreu logo ao nascer.
Mas sobreviveu, e se inventou.
E se reinventou mais de uma vez.
E que ainda se reinventa.
Meu nome é Deborah.
Ou, simplesmente, Dé."

Somente depois disso é que pude dizer:
"- Agora sei quem você é. Prazer em conhecê-la."

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.

















Fazer 30 anos





Outro dia, li no jornal que a cantora Sandy teria se manifestado sobre a proximidade dos 30 anos dizendo o seguinte:
" - Eu enxergo como uma coisa bem assustadora".

Pensando sobre o assunto, gostaria de dizer a essa "garota" o seguinte:
" - Que bobagem! Fazer 30 anos é tudo de bom!
O que poderia dar errado nessa idade?"

Como já passei dos 50, voltei mais de 20 anos no tempo para lembrar qual era a minha expectativa ao ingressar na casa dos 30.
E foi justamente aos 29 anos e meio que engravidei pela primeira vez.
Era junho de 1989. Depois de confirmada a gestação, e da esfuziante divulgação da notícia à família toda, sofri um aborto espontâneo.
Foi um dos piores momentos da minha vida.
Estava sozinha em casa.
Pela manhã, acordei com uma sensação estranha.
Mas somente quando levantei da cama é que percebi o tamanho da encrenca.
Seguiram-se as tristes etapas que a situação envolve:
a consulta médica, o exame, a confirmação do inesperado... e o choro.
Dias e dias de um pranto sentido, dolorido, inconsolável...
As causas do aborto foram apuradas.
Possivelmente, uma má- formação do embrião.
Garantiram os médicos que o fato não tinha relação com a minha idade,
e que mulheres mais jovens corriam o mesmo risco.
Será???
De qualquer forma, considerando que a Sandy se aproxima dos 30 anos, e que pretende ter filhos, como afirmou em outra entrevista, reformulo minha conclusão anterior para dizer a ela o seguinte:
" - Eu concordo contigo.
Fazer 30 anos pode ser uma coisa bem assustadora mesmo!"

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.




















quinta-feira, janeiro 5

Trauma de Aniversário







Passadas as festas de fim de ano, com muita comida, bebida,
música, fogos, conversas, promessas, presentes,
beijos e abraços, vem o quê???

O meu aniversário!!!

E ele vem numa data bem ruim, quando todo mundo já saiu em férias!
Tenho um verdadeiro "trauma" de aniversário, e vou te contar o porquê:
Era 1968. Nesse ano, não fomos para Pinhal com os meus avós,
como acontecia em todos os anos.
Lá, eu tinha um grupo de amigos bem legais!

Em função dos negócios, meu pai e seu irmão (e também sócio),
alugaram uma casa em Tramandaí.
Chegamos lá no primeiro dia do ano, e eu não conhecia ninguém.
Mas ao cabo de três dias, fizera alguns novos "amigos",
crianças que veraneavam na mesma rua.

Minha mãe, que não era muito boa nisso, resolveu organizar uma
festinha, e pediu que eu chamasse os meus convidados.
Lembro que não passavam de meia dúzia, mas eu já estava
me sentindo muito feliz.

Chegado o grande dia, mesa preparada com docinhos,
bolo de Nescau com Leite Moça, e Ki-Suco de Morango,
me arrumei toda e fiquei esperando os meus amiguinhos.
E esperei...esperei...esperei...e não veio ninguém.
Eu disse NINGUÉM !!!

Até hoje me pergunto:
" - Será que foram as mães que não deixaram seus
filhos participar da festa de uma ilustre desconhecida?"
" - Ou será que aquelas crianças simplesmente
não gostaram de mim???"
Não preciso dizer da minha decepção.
Mas lembro que segurei o choro, e segui em frente
...

Devia ter chorado!
Como não elaborei aquela rejeição, estava criado o TRAUMA.



"TRAUMA PSICOLÓGICO: é um tipo de dano emocional que ocorre
como resultado de um acontecimento. Pressupõe uma experiência
de dor e sofrimento emocional ou físico. Como experiência dolorosa que é, o trauma acarreta uma exacerbação do medo, o que pode conduzir ao estresse, envolvendo mudanças físicas no cérebro e afetando o comportamento e o pensamento da pessoa, que fará de tudo para evitar reviver o evento que lhe traumatizou." (fonte Wikipédia).

Pronto!
Acabo de revelar o que ficou por 44 anos guardado no meu coração.
Agora que já passei dos 50, esse evento traumatizante está perdendo
sua força, embora um resquício dele seja o fato de que minha data de
nascimento não aparece no Facebook.
Seria, ainda, o medo de não receber cumprimentos?
Aqueles, que faltaram em 68???
...
Puxa vida... estou me sentindo melhor...
Bem melhor!!!

"- Então, você aí, o que está esperando
para me dar um abraço bem apertado???"

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.








quarta-feira, janeiro 4

Moda Praia



O estilo de vestir da mulherada aqui em Capão da Canoa é,
no mínimo, "sui generis".
Saio às ruas e fico só observando...Tem de tudo!
E o assunto dá "pano pra manga",
embora "manga" seja coisa rara
com o calor que tá fazendo.

Enquanto que algumas
"classudas e estilosas"
estão usando o "último grito" em moda-praia,
a maioria têm um jeito tão próprio de vestir
que somente com um grito se pode definir:
"Ai...Ai...Ai!!!"

As bundas continuam de fora,
e cada vez mais,
sejam das garotinhas,
e até das balzaquianas.
Essas últimas, não estão nem aí.
O azar é de quem olha!

As saias andam curtas,
expondo pernas de todos os tipos e cores,
das brancas às bem bronzeadas,
e das gordas às torneadas.
Quando bronzeadas e torneadas, são lindíssimas!
Já as brancas e gordas... aí...bom... deixa pra lá!

E o que mais se vê é a maldita celulite,
também chamada de "Tropa de Elite" -
 "... Pega uma, pega geral.
Também vai pegar você!"

Tem as roupas cheirosas, assim como suas donas,
que capricham nos perfumes.
Mas tem também os casaquinhos e moletons que
ficaram aqui desde o verão passado,
e que agora exalam uma terrível combinação "mofo / maresia".
Sem falar das pobres criaturas que saem às ruas,
depois de vários dias de chuva,
com o aroma "Cachorrinho Molhado",
pois suas roupas teimavam em não secar no varal.

Aliás, isso já é força de expressão,
porque os cãezinhos, hoje em dia,
estão cada vez mais perfumados!

Como se vê, praia é lugar de liberdade,
em todos os sentidos, inclusive no vestir.
No meu caso, admito:
trago pra cá as roupas já "bem" usadas na cidade,
e aqui vou usando-as por anos e anos a fio.
E numa boa!

Afinal, se já passei dos 50,
e sempre fui desse jeito,
acho difícil mudar agora.
Especialmente porque, assim como eu,
cada vez mais mulheres têm adotado esse
prático, simples, econômico e até ecológico estilo de vestir
"Totalmente Fora de Moda".

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.











Ano Novo sem Fogos



O Ano Novo passou e, mais, uma vez,
meu filho mais velho estava longe.
Este é o segundo ano seguido.
OK! Tudo bem! Eu tô legal!!
Eu sei que ele está bem, com
amigos e feliz, e isso é o que importa.

Pouco antes da meia noite, ele ligou,
e trocamos os melhores votos para 2012.
E eu, lá, firme como uma rocha!
Ora, já passei dos 50, e sou
uma mulher madura, tranquila ...
E também não é porque o coloquei no
mundo que ele tem o compromisso
eterno de passar "todas" essas datas festivas comigo.

Além do mais, lembrei das mães
que nem mesmo sabem
onde os seus filhos estão...
E também daquelas que
já os perderam para sempre.

Afinal, é só mais um dia como
tantos outros!
...
À meia noite, na beira da praia,
beijei e abracei o marido e o filho caçula,
fiz todos os meus pedidos para o novo ano,
pulei as sete ondas, e esperei, EM VÃO,
a tradicional queima de fogos de artifício.
A festa havia sido CANCELADA,
na última hora,
por causa dos fortes ventos e da chuva que
caíra durante todo o dia.

Foi então que, misturada na multidão,
levantei meus olhos para um céu nublado que,
por pura sacanagem,
escondia o lindo brilho das estrelas...
e CHOREI.
PORQUE, AÍ, TAMBÉM, JÁ ERA DEMAIS !!!

Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.