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sexta-feira, janeiro 13

"Rosas vermelhas para uma nova mulher"



Quando completei 15 anos, não tive a tradicional festa que marca a transição "menina/mulher".
Não havia dinheiro para esse tipo de luxo.
Afinal de contas, o tal "Baile de Debutantes", também chamado "Début", não passava de uma grande bobagem!
Um dinheirão gasto à toa com:
- um vestido de gala maravilhoso;
- um salão de festas lindamente decorado;
- e uma centena de fotografias, que registrariam aqueles momentos mágicos para sempre.
Tudo isso somente para viver a experiência inesquecível de dançar, após a meia-noite, a primeira valsa com o seu pai, toda emocionada???
Eu já namorava o meu marido no dia do meu aniversário.
Um garotão lindo - 17 anos, magro, olhos verdes, cabelos loiros e longos, calça " boca-de-sino" e camiseta justa no corpo - que me deu de presente, no início da tarde, um lindo, fofo e perfumado urso de pelúcia, envolto em papel celofane transparente, com um grande laço de fita cor de rosa.
Eu amei o presente!!! E retribuí com muitos beijos!

No início da noite, veio a grande surpresa: uma braçada de lindas rosas vermelhas, de cabo longo, presente do meu querido tio Beto - 27 anos, homem feito, bonito, charmoso, que arrancava suspiros da mulherada!
Não consegui expressar, na época, toda a minha emoção.
"Rosas vermelhas para uma nova mulher."

Agora que passei do 50, vou fazer uma tentativa.
Eu adoro símbolos.
"O 'símbolo' é um elemento essencial no processo de comunicação...Ele intensifica a relação com o transcendente." (Wikipédia).

Foram 3 os símbolos que marcaram, para sempre, os meus 15 anos:
- o "urso de pelúcia", representando a pureza do amor de dois jovens, recém saídos da infância;
- a falta do "Début", esse belo e importante "rito de passagem" que compõe o universo feminino;
- e as "rosas vermelhas", presente ideal para marcar a transformação da menina em mulher

O "Baile de Debutantes" eu não tive.
Mas aquelas rosas vermelhas cumpriram perfeitamente o seu papel!

Da série " Passei dos 50", por Deborah Johansen.