Outro dia, li no jornal que a cantora Sandy teria se manifestado sobre a proximidade dos 30 anos dizendo o seguinte:
" - Eu enxergo como uma coisa bem assustadora".
Pensando sobre o assunto, gostaria de dizer a essa "garota" o seguinte:
" - Que bobagem! Fazer 30 anos é tudo de bom!
O que poderia dar errado nessa idade?"
Como já passei dos 50, voltei mais de 20 anos no tempo para lembrar qual era a minha expectativa ao ingressar na casa dos 30.
E foi justamente aos 29 anos e meio que engravidei pela primeira vez.
Era junho de 1989. Depois de confirmada a gestação, e da esfuziante divulgação da notícia à família toda, sofri um aborto espontâneo.
Foi um dos piores momentos da minha vida.
Estava sozinha em casa.
Pela manhã, acordei com uma sensação estranha.
Mas somente quando levantei da cama é que percebi o tamanho da encrenca.
Seguiram-se as tristes etapas que a situação envolve:
a consulta médica, o exame, a confirmação do inesperado... e o choro.
Dias e dias de um pranto sentido, dolorido, inconsolável...
As causas do aborto foram apuradas.
Possivelmente, uma má- formação do embrião.
Garantiram os médicos que o fato não tinha relação com a minha idade,
e que mulheres mais jovens corriam o mesmo risco.
Será???
De qualquer forma, considerando que a Sandy se aproxima dos 30 anos, e que pretende ter filhos, como afirmou em outra entrevista, reformulo minha conclusão anterior para dizer a ela o seguinte:
" - Eu concordo contigo.
Fazer 30 anos pode ser uma coisa bem assustadora mesmo!"
Da série "Passei dos 50", por Deborah Johansen.